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A Força Vital

Sabemos que adquirimos energia quando comemos e, se comemos de forma saudável, esperamos ter mais vitalidade. Sabemos também que a qualidade de nossa respiração está diretamente relacionada aos nossos níveis de energia. Contudo, o que nos anima a ponto de nos tornar capazes de respirar, comer, nos movimentar e pensar? Além da comida e do ar, existe algo dentro de todas as coisas vivas que as fazem verdadeiramente “viver”. As tradições ocidentais veem a energia vital, também denominada de “força vital” (qualquer semelhança com a “Força” retratada no filme “Star Wars” não é mera coincidência), chi na China, ki no Japão, prana na índia, etc, como um fenômeno místico, em geral recebido por nós como um presente de forças superiores. Desse modo, os ocidentais não tentam entende-la no mesmo grau que os orientais. As tradições orientais veem nosso estado como seres vivos e, portanto, nossa energia e nossa vitalidade como algo muito mais relacionado com nossa interação com o universo e a natureza à nossa volta, que é de onde provém essa energia.

Embora muitos cientistas estejam se abrindo a esse conhecimento a maioria ainda se nega a reconhecer que uma essência cósmica anime todos os seres vivos, pois não aceitam a existência de algo que fuja ao seu controle ou à sua explicação racional, muitos consideram que é por ignorância que os adeptos a ela se referem. Assim sendo, devemos colocar na lista dos ignorantes personalidades como Pitágoras, Descartes, Francis Bacon, Tales de Mileto, Paracelso, Benjamim Franklin, Einstein, Willian Harvey, Nicolas Flamel, Leonardo Da Vinci e outros grandes pensadores que marcaram a história da filosofia e da ciência.

A filosofia do Tao, na qual a maior parte da medicina do extremo oriente se baseia, é essencialmente um modo de descrever e entender como nós e o ambiente funcionamos juntos. As filosofias orientais mapeiam com mais clareza a forma como a natureza e o nosso corpo e espírito são animados e funcionam, onde a diferença entre o que está vivo e o que não está é a presença, ou a ausência, de energia vital.

Enquanto estamos vivos, a energia vital permeia todas as partes do nosso corpo, mantendo viva cada célula e cada função orgânica. Quanto mais força vital chega às células, menos propensas à deterioração elas se tornam, de modo que um suprimento mais abundante dessa energia para uma célula significa uma célula mais saudável. Entretanto, essa não é simplesmente uma questão de quantidade, mas também de movimento. Todas as coisas vivas exibem mais atividade que suas versões mortas. A força vital flui em ciclo, de modo suave e abundante, dentro de criaturas saudáveis e vibrantes. Uma criatura não saudável não é vibrante, porque a energia vital não está fluindo livremente.

Estar vivo é ter energia vital suficiente para permitir que seu corpo e sua mente reajam de alguma forma. Estar morto é ter energia vital insuficiente para reagir de qualquer maneira. A forma como a força vital se manifesta em nossas ações e reações dependem dos fatores externos que nos influenciam, de nossas necessidades imediatas e de nosso estado emocional e físico. Portanto, se temos força vital suficiente e estamos completamente satisfeitos, nossa energia vital será distribuída de forma harmoniosa por todo o corpo, será transportado facilmente por nossa rede de canais e nos dará a aparência de alguém repousado. Qualquer atividade na qual nos engajamos resulta de um desejo ou necessidade a ser satisfeito, e todo movimento da força vital no interior de um ser vivo resultam num movimento para a satisfação desses desejos ou necessidades. Desse modo, pessoas que nunca se satisfazem ou que perderam o controle sobre seus desejos ocasionarão esgotamento ou desequilíbrio da energia vital, gerando doenças, dores, desconfortos e sofrimento.

Pode ser que a energia vital não esteja presente na quantidade adequada para gerar a força necessária a fim de permitir um fluxo harmonioso, resultando em privação de vitalidade em certas áreas, enquanto em outras ocorre uma estagnação e acúmulos de resíduos, como quando a água em uma tubulação não é suficiente para eliminar os resíduos depositados no cano. Para permanecermos saudáveis ou readquirirmos saúde, a força vital deve ser restaurada se estiver deficiente, desbloqueada se estagnada, e “acalmada” se “irritada”, de modo a ser mantida em constante movimento.

Desequilíbrios da energia vital têm muitas causas, incluindo os efeitos de perturbação emocional; choque; atitude mental; fatores ambientais anormais, como calor ou frio excessivo; atitude mental; ataque violento de organismos nocivos; venenos; dieta ruim; uso incorreto do corpo (criando estresse sobre a postura e os órgãos); acidentes; etc. Um terapeuta habilitado identificará a causa e o efeito exato sobre a pessoa que busca tratamento e atuará para aumentar a força vital onde necessária, dispersá-la e/ou acalmá-la onde estiver bloqueada e/ou “irritada”, certificar-se de que ela está circulando de forma suave e garantir essa circulação. Com base no entendimento sobre o que causou o desequilíbrio, o profissional geralmente oferecerá conselhos sobre como evitar as situações ou fatos que exacerbam o problema. Todas as artes curativas bem sucedidas fazem isso.

(baseado em texto do livro “Shiatsu” de Chris Jarmey)