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A Medicina Tradicional Chinesa

O legado da Medicina Tradicional Chinesa tem origem há aproximadamente 7.500 anos, na utilização das plantas medicinais e, posteriormente, de acupuntura e massagem. Tem uma linguagem mais simbólica e universal em referência à atual e a ocidental. Ela abrange a totalidade, mas inclui cada parte da natureza e nas manifestações humanas. É fundamental que esta linguagem se insira no estudo e na prática dos pesquisadores, terapeutas e médicos atuais, permitindo a ampliação e transformação dos aspectos estereotipados e limitados dos paradigmas vigentes.

Com base na observação e vivência dos ciclos da natureza macrocósmica (meio ambiente universal) e microcósmica (meio ambiente interno do ser vivo), a civilização chinesa nos deixou um valioso legado: o Taoísmo e uma das suas vertentes, a Medicina Tradicional Chinesa, que abrange a fitoterapia, a moxabustão, a acupuntura, a massagem e as práticas do chi kung e do tai chi chuan.

O legado da MTC se estende a tempos longínquos, mas tem um evento marcante relacionado às suas origens há 4.800 anos (2800 a.C.), quando o imperador Shén Nóng, não se sentindo bem, acomodou-se à beira de um rio, embaixo de uma árvore, para aquecer um pouco de água. Da árvore, caiu uma folha dentro do seu recipiente, a água tornou-se esverdeada e axalou um aroma. Ele ingeriu o líquido e percebeu uma alteração do seu estado. Com este evento, seu interesse pelo potencial curativo das plantas foi despertado. Ele deu a essa árvore o nome de “chá” (o ideograma chinês, para essa palavra, expressa uma pessoa junto a uma planta), passou a experimentar centenas de ervas e a anotar seus efeitos e fundou a técnica do cultivo. É o autor do primeiro tratado chinês sobre ervas medicinais, o que atualmente denominamos fitoterapia.

Há aproximadamente 4.700 anos (2697 a.C.), o imperador Huang Dí (Imperador Amarelo) e seus ministros solidificaram a cultura da China civilizada e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC). O Imperador Amarelo elaborou tratados que são os clássicos da MTC, onde descrevem, por exemplo, os Canais de Energia (meridianos) e o conceito de Yin e Yang, que junto de outros conceitos presentes nos tratados, dão a base do dignóstico e aplicação para todos os métodos da acupuntura, moxabustão e massagem chinesa. Posteriormente, ao longo das dinastias, esses tratados foram revisados e aperfeiçoados até chegarem ao formato de livro, desenvolvendo-se mais amplamente os conceitos e aspectos da diagnose e aplicação.

O princípio dessa medicina é a preservação da saúde (profilaxia), o fortalecimento do organismo e suas autodefesas (imunologia). Os médicos ou terapeutas da China antiga cuidavam das pessoas e comunidades para manter a saúde, observavam e auscultavam os sinais do organismo (íris, língua, rosto, mãos, pés, coloração do corpo, pulsos e palpação) e o comportamento da pessoa; a partir dessa leitura aplicavam os recursos da MTC. Nessa cultura, não havia o conceito de doença para a aplicação da medicina. Os médicos eram pagos para manter a saúde das pessoas.

O alicerce da MTC é a manutenção do fluxo de energia (chi para os chineses), que é a força plasmadora de tudo o que existe e circula no organismo humano em trajetos precisos, na camada subcutânea, formando uma rede circulante. Segundo a MTC, estes canais de energia são responsáveis pela reserva, abastecimento e transformação das substâncias vitais do organismo e podem ser estimulados, para sua desobstrução, por exemplo, por meio de massagem e pressão (toque), acupuntura (inserção de agulhas), moxabustão (aproximação de calor) e ventosa (pressão negativa).

(baseado no livro “Caminhos de Energia” de Sidney Donatelli)

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