Os Meridianos e a Grande Circulação
“Meridianos são considerados canais sutis ou abstratos até recentemente. Observados em laboratório pela primeira vez na década de a960, por um pesquisador coreano chamado Bonghan Kim. Denominados inicialmente de dutos de Bonghan. Formam uma rede no organismo. Rebatizados em 2010 de sistema primo vascular, por ser o primeiro sistema vascular a ser formado no embrião. Os meridianos conduzem energia luminosa denominada pela ciência moderna de biofótons. Os biofótons são utilizados para comunicação intra e intercelular e estão presentes em todos os seres vivos. Os meridianos funcionam como canais de transmissão de informação. Os biofótons contribuem para manter a coerência entre os processos celulares em todo o corpo através de ativação de reações bioquímicas, controle das atividades metabólicas e gerenciamento das funções biológicas. Cada uma das 10 trilhões de células do corpo tem informação sobre o que está acontecendo em todas as outras células do corpo.” (Mudras Terapêuticos – Miriam Regina Xavier de Barros)
O homem utiliza o meio ambiente como fonte de energia e estimulação mental. Além de ar, luz e comida que ele absorve, existem vibrações mais altas do cosmos, notadamente a energia eletromagnética (denominado como ki, chi, prana, força vital, dependendo da cultura), captada pelo corpo através de seus vários pontos de pressão. Esses pontos, localizados profundamente na pele (utilizados, por exemplo, no shiatsu e acupuntura), têm estrutura em espiral e determinam os canais ou “meridianos” que transmitem essa energia eletromagnética através do corpo. Nos organismos saudáveis existe uma livre e desimpedida circulação dessa força vital, de órgão para órgão, através dos meridianos.
A existência desses meridianos e sua relação com os pontos de pressão são conhecidas pela medicina tradicional há milhares de anos. A medicina ocidental moderna e a embriologia afirmam que a pele e os nervos do embrião se desenvolvem da mesma maneira que as células: existem pontos no ectoderma (camada externa do embrião) que em nove meses se transformam na pele e no sistema nervoso. Esses pontos estão diretamente conectados a outros no endoderma (camada interna do embrião) que darão origem aos órgãos. Um estímulo no meridiano ou em seus pontos principais provoca um impacto definitivo nos seus órgãos associados.
Todas as partes do corpo são abrangidas por um total de 59 meridianos que conduzem o incessante fluxo de energia vital pelo organismo. Desses, 14 são considerados os mais importantes: 12 meridianos principais que se reproduzem nos dois lados do corpo, diretamente associados aos 12 órgãos primários, e 2 meridianos extras que correm pelo centro do corpo.
Existe um sistema energético no corpo humano que é denominado como “a grande circulação” ou “relógio cósmico”, onde o contínuo fluxo da energia vital pelo corpo transporta a pulsação da vida como uma correnteza ao longo dos meridianos. Os doze meridianos principais descrevem um percurso sempre constante, circulando três vezes ao redor do corpo: o circuito começa no peito com o meridiano dos pulmões, que termina nas mãos onde começa o meridiano do intestino grosso, que vai até a cabeça onde se liga ao meridiano do estômago, que no seu terminal, na região dos pés, comunica-se com o meridiano do baço-pâncreas, o qual se dirige então de volta ao peito, completando assim o primeiro ciclo do percurso. Este completo circuito do corpo é depois reproduzido pelos meridianos do coração, intestino delgado, bexiga e rins – e finalmente o terceiro e último ciclo se completa com os meridianos do pericárdio, triplo aquecedor, vesícula biliar e fígado, que ao terminar no peito fecha o circuito ligando-se ao meridiano dos pulmões, reiniciando o ciclo.
A energia vital percorre todo esse circuito dentro de um ritmo horário que se inicia às 3 horas da manhã no meridiano dos pulmões. Dessa forma, em 24 horas, cada um dos 12 meridianos principais tem um período de duas horas durante as quais sua atividade atinge o clímax. Este é o melhor horário para se tratar o meridiano. Também funciona como fonte de diagnóstico, por exemplo, se o pulmão apresentar problemas, no horário entre as 3 e às 5 da manhã, os sintomas ficarão mais evidentes, como tosse. Se o fígado apresentar problemas, poderá haver insônia no horário correspondente, que é da 1 às 3 da manhã, e assim sucessivamente, de acordo com a característica sintomática de cada meridiano e órgãos e vísceras relacionados.
Apesar de terem os órgãos internos sua própria circulação de energia, é através dos meridianos que eles ficam em contato com o meio ambiente externo. Se conhecermos os pontos-chaves onde se possa provocar uma assimilação ou troca de energia, conseguiremos então restabelecer o fluxo energético quando o funcionamento de algum órgão não estiver normal. Quando um órgão funciona mal, os pontos ao longo de seu meridiano correspondente tornam-se doloridos e enrijecidos antes mesmo que o próprio órgão se manifeste. A rede de meridianos, que se ramifica logo abaixo da pele, é na verdade parte integrante do mecanismo de controle e dos meios de defesa que regulam o corpo.
A energia vital está sempre presente em qualquer organismo vivo, mas geralmente e de modo particular no habitante das grandes cidades, sua circulação é inapropriada, onde um congestionamento em um dos pontos provoca aí um excesso e uma correspondente deficiência de energia no restante do curso do meridiano, ocasionando desequilíbrios que geram doenças. Via de regra, um ponto de pressão é dolorido ou sensível ao tato, ou dói espontaneamente quando a energia nociva é excessiva.
As terapias que trabalham nesse sentido liberam e acalmam essa energia quando congestionada, ou ativa-a no caso de deficiência, restabelecendo o estado de saúde geral e equilíbrio interior da pessoa tratada, também atuam nesse sentido na transformação pessoal dos indivíduos, uma vez que remove bloqueios que provocam estagnação no caminho da vida e no processo evolutivo. Bloqueios interiores causam bloqueios exteriores na realidade do ser humano. O fluxo natural e saudável da vida é um movimento equilibrado, harmonioso e constante, sempre em transformação!
(baseado em texto do livro “Do-in” de Jacques de Langre)